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15 de fevereiro de 2019

Resenha: Asiáticos Podres de Ricos, de Kevin Kwan

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Autor: Kevin Kwan
Editora: Record
490 Páginas

Sinopse: Quando Rachel Chu chega a Cingapura com o namorado para o casamento de seu melhor amigo, imaginava passar dias tranquilos com uma simpática família. Só que Nick não mencionou alguns detalhes, como o fato de sua família ter muito, muito dinheiro, que ela viajaria mais em jatinhos particulares do que de carro e que caminhar de mãos dadas com um dos solteiros mais ricos da Ásia era como ter um alvo nas costas. Logo, Rachel percebe que não será poupada das fofocas e intrigas. Isso sem falar na mãe de Nick, uma mulher com opiniões bem fortes sobre com quem o filho deve – ou não – se casar. Um passeio pelos cenários mais exclusivos do Extremo Oriente – das luxuosas coberturas de Xangai às ilhas particulares do mar da China Meridional –, Asiáticos Podres de Ricos é uma visão do jet set oriental por dentro. Com seu olhar satírico, Kevin Kwan traça um retrato engraçadíssimo do conflito entre os novos-ricos e as famílias tradicionais em seu romance de estreia, que já fez milhares de leitores chorarem de tanto rir no mundo todo. Compre o livro aqui.
Rachel Chu é uma professora universitária de Nova York que namora o charmoso Nicholas Young, também professor universitário. Os dois vivem um relacionamento quase perfeito que já caminha para os dois anos de namoro. É quando Nick é convidado para ser padrinho de casamento de seu melhor amigo Colin, que ele vê a oportunidade de levar a namorada para ir com ele para Cingapura e conhecer sua família, além de passar as férias aproveitando as maravilhas do país. Até ai nenhum problema, certo? Acontece que Nick nunca mencionou nada sobre sua família ou fato dele ser podre de rico: o herdeiro de uma das famílias mais tradicionais de Cingapura. Como Rachel, que vive uma vida simples em Nova York, vai lidar com toda essa situação?
- Não faço a menor ideia de quem essas pessoas são. Mas uma coisa eu posso garantir: essa gente é mais rica do que Deus.
Para começar, eu assisti primeiro o filme - e amei! - portanto, eu estava esperando algo parecido com filme, uma comédia romântica fofinha, que deixa você suspirando pelo protagonista maravilhoso, então confesso que levei um susto quando comecei a ler o livro. Logo de cara você é apresentado a duas árvores genealógicas sobre a família do Nick, que a princípio você pode pensar "Para que eu preciso disso?" ou até "Isso não deve ser muito importante". Acreditem, é importante sim. Por que? Porque nesse livro há muitos personagens, são muitos nomes e parentescos, que até você se acostumar com eles, você vai ficar um pouco perdido, de quem é quem e de quem é relacionado com quem, e portando a árvore genealógica ajuda muito nesse quesito.
Asiáticos Podres de Ricos
Outra coisa que me surpreendeu foi a narração que é feita em terceira pessoa (e é bem descritiva!), portanto cada capítulo tem o ponto de vista de um personagem diferente. Devido a isso, você pode demorar um pouco para achar um ritmo de leitura no começo, mas não desanime!! A leitura começa a ficar mais fluída e fácil do meio para o fim.
Asiáticos Podres de Ricos
Asiáticos Podres de Ricos, de Kevin Kwan | Foto: Nicole Oliveira
Eu gostei muito da ideia do livro, pois não é um assunto comum, o que instiga você a continuar a ler, já que é uma realidade totalmente diferente da nossa, meros mortais da classe trabalhadora. Tudo para eles é tão ao extremo que às vezes chega a ser ridículo.
Havia acabado de comprar um anel de diamante de 350 mil dólares de que não gostara tanto, uma pulseira de 28 mil dólares que lhe agravada bastante e um par de brincos de 784 mil dólares que a deixava parecida com a Pocahontas. Pela primeira vez em semanas, sentia-se incrível.
O autor vai a fundo em como essa sociedade é conservadora, tendo preconceito até com os seus. É uma cultura onde um casamento perfeito vale mais para uma mulher do que uma carreira de sucesso; e suportar as traições do seu marido não é nada se comparado ao escândalo que seria pedir um divórcio.
"Eu tenho sorte. Tenho muita sorte. Não seja tão burguesa. É só um casinho de nada. Não faça tempestade em copo d'água. Lembre-se, graça mesmo sob pressão. Graça mesmo sob pressão."
Quanto aos personagens, cada um tem sua particularidade, mas gostaria de destacar alguns que tiveram um maior impacto no livro: Rachel, que podemos considerar a protagonista, já que a maioria da trama gira em torno dela, é uma personagem bem carismática e divertida, os capítulos com o ponto de vista dela foram alguns dos meus preferidos, pois assim como nós ela ainda está descobrindo sobre como funciona essa vida de luxo; o Nick me encantou no começo por ele se preocupar bastante com a Rachel e não se importar muito com o dinheiro como sua família, mas o fato dele a ter lançado nesse meio sem nenhum aviso prévio e achar que tudo ficaria bem me incomodou bastante; Eleanor, mãe de Nick, é uma megera das grandes! Essa mulher não mede esforços para conseguir controlar a vida do filho, sendo capaz de ir bem baixo para conseguir o que quer e por mais que você a odeie, é instigante ver até onde ela vai para conservar o "pedigree" da família; Astrid, prima de Nick, tem uma trama muito atraente e que, por diversas vezes, roubou minha atenção da história "principal" de Rachel e Nick - ela é uma das personagens que mais se desenvolveu ao longo do livro.
Trinta segundos depois de saber o nome dela e onde morava eram o bastante para Eleanor pôr em ação seu algoritmo social e calcular precisamente o local que a mulher ocupava em sua própria constelação, com base em quem eram seus parentes, qual o seu valor liquido aproximado, a origem de sua fortuna e quais escândalos familiares teriam ocorrido nos últimos cinquenta anos.
Algo que foi difícil para me acostumar no começo foi o grande número de palavras e expressões em outros idiomas que o autor utiliza. Há notas de rodapé com a tradução/significado, no entanto é quase impossível você lembrar o que determinada palavra significa quando ela é usada novamente mais para frente no livro. Creio que teria sido interessante, além das notas de rodapés, se houvesse um glossário no final do livro para você poder consultar os significados de maneira mais rápida e prática. Então se você não tem uma boa memória como eu, sugiro que você marque o significado quando aparecer alguma expressão que você perceba que será recorrente no decorrer da história, assim você não perderá tempo procurando o significado na internet ou nas páginas anteriores do livro.
- Dá para acreditar? Alamak, a filha de uma mãe divorciada de uma família ulu sem nome nenhum! Eu vou tiao lau!
Asiáticos Podres de Ricos é um livro com um enredo muito interessante e divertido, que demanda um pouco de paciência no começo, mas que vale a pena a leitura. Estou animada para saber o que acontecerá com os personagens no segundo livro, Namorada Podre de Rica, que será lançado esse mês pela editora Record.

Foca na Leitura! 
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