Autor: Art Spiegelman
Editora: Quadrinhos na Cia. (Companhia das Letras)
296 Páginas
Sinopse: Maus ("rato", em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. O livro é considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos. Foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991. No ano seguinte, o livro ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de literatura. A obra é um sucesso estrondoso de público e de crítica. Desde que foi lançada, tem sido objeto de estudos e análises de especialistas de diversas áreas - história, literatura, artes e psicologia. Em nova tradução, o livro é agora relançado com as duas partes reunidas num só volume.
Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto.
Spiegelman, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para dar espaço a dúvidas e inquietações. É implacável com o protagonista, seu próprio pai, retratado como valoroso e destemido, mas também como sovina, racista e mesquinho. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável.
"Maus é um livro que ninguém consegue largar. Quando os dois ratos falam de amor, você se emociona; quando eles sofrem, você chora." - Umberto Eco.
"Um triunfo modesto, emocionante e simples - impossível descrevê-lo com precisão. Impossível realizá-lo em qualquer outro meio que não os quadrinhos." - Washington Post.
"Uma história épica contada em minúsculos desenhos." - New York Times.
"Uma obra de arte brutalmente tocante." - Boston Globe. Compre o livro aqui.
Maus - A História de um Sobrevivente conta a história de Vladek Spiegelman, sobrevivente judeu polonês do Holocausto, que passou pelos campos de concentração de Auschwitz (Polônia) e Dachau (Alemanha). O relato é feito pelo próprio pai e desenvolvido pelo filho, Art Spiegelman, em uma HQ de traços fortes e escuros, assim como foi esse período sombrio e horroroso da história do mundo. Na narrativa, judeus são retratados e desenhados como ratos (maus em alemão, daí o nome da HQ), alemães como gatos, poloneses não-judeus como porcos e americanos como cachorros.
A história mescla entre momentos do passado e presente e começa com o filho de Vladek tentando convencer o pai a falar sobre tudo o que viveu. No início, descobrimos que a família da ex-esposa de Vladek (e mãe de Art) era rica, por isso, a fome e miséria demoraram um pouco a chegar para eles. Mas, aos poucos, todos percebem que judeus estavam sendo cada vez mais reprimidos e as condições pioram muito quando eles são obrigados a irem viver em guetos e depois são mandados para Auschwitz.
Particularmente, me interesso muito pela temática da 2ª Guerra Mundial e do Holocausto, então já tive contato com outras obras sobre o assunto, como O Menino do Pijama Listrado (resenha aqui), O Diário de Anne Frank (resenha aqui) e o que mais me impactou até o momento, O Menino da Lista de Schindler (resenha aqui), então, o tema em si não foi novidade para mim (e acredito que não seja para muita gente). O diferencial que reconheci em Maus foi a forma que o autor escolheu para contar a história.
A alternância entre passado e presente permitiu que o leitor conhecesse um pouco mais sobre a personalidade de cada personagem e como eles lidavam com os conflitos sociais e familiares que surgiam. O mais extraordinário é que Art não excluiu suas angústias de escritor e de filho ao desenvolver a obra. Em um dado momento, ele comenta com a esposa que se acha incapaz de continuar a escrever Maus, porque nunca conseguirá entender como viver durante o Holocausto.
Ao mesmo tempo, não deixa de fora a raiva e rancor que sente pelo pai (durante a HQ inteira dá para perceber que Art tinha relações muito melhores com a mãe) e isso fica explícito em uma cena em que Vladek quer devolver uma caixa de cereal aberta ao mercado, porque não quer jogar a comida fora (consequências trazidas pela guerra, em que viveu na miséria).
Outra parte interessante retratada por Art acontece no momento presente, depois da guerra, quando um rapaz negro questiona se pode receber uma carona e Vladek fica espantado e muito enraivecido porque o filho e a nora aceitaram o pedido, justamente porque o menino era negro e eles não deveriam se misturar. Quer dizer, mesmo Vladek tendo sofrido nas mãos dos alemães por ser judeu, ele não consegue enxergar a forma como está sendo racista e incoerente.
Ao mesmo tempo, não deixa de fora a raiva e rancor que sente pelo pai (durante a HQ inteira dá para perceber que Art tinha relações muito melhores com a mãe) e isso fica explícito em uma cena em que Vladek quer devolver uma caixa de cereal aberta ao mercado, porque não quer jogar a comida fora (consequências trazidas pela guerra, em que viveu na miséria).
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Maus, de Art Spiegelman | Pág. 238 |
Maus - A História de um Sobrevivente foi vencedora do prêmio Pulitzer (um dos mais conceituados no jornalismo e na literatura), no ano de 1992, na categoria "Prêmio Especial Pulitzer", inaugurada pela própria narrativa. Até hoje, nenhuma outra história em quadrinhos ganhou o prêmio.
Há uma outra obra também escrita por Art Spiegelman chamada MetaMaus, em que o autor detalha a criação da narrativa de Maus e disponibiliza ilustrações, entrevistas, notas e esboços para complementar o que é retratado na HQ. O livro não foi traduzido para o português.
Há uma outra obra também escrita por Art Spiegelman chamada MetaMaus, em que o autor detalha a criação da narrativa de Maus e disponibiliza ilustrações, entrevistas, notas e esboços para complementar o que é retratado na HQ. O livro não foi traduzido para o português.
Um beijo e foca na leitura!