Autor: Bill Konigsberg
Editora: Arqueiro
Ano: 2016
256 Páginas
Sinopse: Rafe saiu do armário aos 13 anos e nunca sofreu bullying. Mas está cansado de ser rotulado como o garoto gay, o porta-voz de uma causa. Por isso ele decide entrar numa escola só para meninos em outro estado e manter sua orientação sexual em segredo: não com o objetivo de voltar para o armário e sim para nascer de novo, como uma folha em branco. O plano funciona no início, e ele chega até a fazer parte do grupo dos atletas e do time de futebol. Mas as coisas se complicam quando ele percebe que está se apaixonando por um de seus novos amigos héteros. Compre o livro aqui.
Este livro ficou aquém do que eu esperava. Mesmo assim, encontrei alguns pontos positivos e vou ressaltá-los também. Vamos entender:
Rafe é homossexual e se assumiu aos treze anos mas, desde que isso aconteceu, ele não para de ser rotulado como o garoto gay e isso o incomoda muito. Ele quer ser apenas um garoto, não o garoto gay.
Para tentar acabar com este esteriótipo, Rafe decide entrar numa escola só para meninos, Natick, e esconder a orientação sexual. O plano funciona no início e ele finalmente consegue fazer amizade com os atletas e jogar futebol americano sem que seja rejeitado, mas tudo começa a dar errado quando ele se apaixona por um dos novos amigos héteros.
"Durante o verão inteiro eu havia repassado todos os cenários sobre assuntos gays na Natick. Eu tinha planos bem definidos. Seria livre de rótulos. Não pergunte e eu não conto. A única maneira de eu mentir seria se me perguntassem diretamente: 'Você é gay?'. Nesse caso, responderia que não. Mas mesmo assim não falaria que sou hétero. Eu não queria mentir; só não queria ser o garoto cuja característica principal era gostar de garotos." - Pág. 46.
E aqui eu já consigo destacar para vocês um ponto negativo: Rafe quer se livrar dos rótulos, mas ele mesmo rotula alguns dos amigos dele em pensamento. Achei isso bastante hipócrita.
Apesar disso, um ponto positivo é o professor de Rafe. Ele sabe que o menino é gay (porque a mãe de Rafe contou) e pede para que o menino escreva sobre o que sente, sobre a vida e sobre a decisão de querer esconder uma parte de si mesmo. O que eu gostei disso tudo é que Rafe, com a escrita, tem a chance de ir se descobrindo e se entendendo aos poucos, o que o ajuda muito na hora de tomar decisões.
Mas, chegando a esse ponto, precisamos falar sobre como Rafe se relaciona com a família. Os pais dele nunca o rejeitaram ou fizeram chacota sobre o fato de ser gay. Muito pelo contrário, foram procurar grupos de apoio LGBT, livros sobre o assunto e resolveram até fazer uma festa para marcar o dia em que Rafe se assumiu. Sei que isso parece constrangedor, mas o que eu vi foi Rafe não valorizar a aprovação dos pais (pelo menos até o começo do final do livro). Ele chega, muitas vezes, a ser mal educado.
E sobre o final, ele deixou um pouco a desejar. Não posso falar sobre exatamente o que, porque seria spoiler, mas eu achei que poderia ter um epílogo ou algo parecido, porque me pareceu que o autor não soube amarrar muito bem o principal da história.
Mas e vocês, o que acharam do livro? Já leram? Comentem!
Mais detalhes:
Foto: Pedro Zuccolotto |
Foto: Pedro Zuccolotto |
Um beijo e foquem na leitura!