INÍCIO RESENHAS PARCERIAS CONTATO SOBRE

23 de junho de 2018

Resenha: O Menino da Lista de Schindler, de Leon Leyson, Marilyn J. Harran e Elisabeth B. Leyson

Marcadores: ||
Autores: Leon Leyson, Marilyn J. Harran e Elisabeth B. Leyson
Editora: Rocco Jovens Leitores
256 Páginas

Sinopse: Um pequeno vilarejo, os irmãos, os amigos, as corridas nos campos, os banhos de rio: essa é a verdadeira história de Leon, a história de um mundo despedaçado pela invasão dos nazistas. Quando em 1939 o exército alemão ocupou a Polônia, Leon tinha apenas dez anos. Logo ele e sua família foram confinados no gueto de Cracóvia junto a milhões de outros judeus. Com um pouco de sorte e muita coragem, o menino conseguiu sobreviver ao inferno e foi contratado para trabalhar na fábrica de Oskar Schindler, o famoso empreendedor que conseguiu salvar mais de mil e duzentos judeus dos campos de concentração. Neste testemunho que ficou por tanto tempo inédito, Leon Leyson nos conta sua extraordinária história, na qual, graças à força de um menino, o impossível se tornou possível. O Menino da Lista de Schindler é um legado de esperança e um chamado para que todos nós nos recordemos daqueles que não tiveram a chance do amanhã. Compre o livro aqui.
O Menino da Lista de Schindler conta a história do menino mais novo salvo por Oskar Schindler, Leon Leyson, no Holocausto. O livro, autobiográfico com uns toques de romance, é uma espécie de linha do tempo que narra a vida dele e da família na Polônia desde antes da ocupação nazista até o momento em que a Alemanha perde a guerra e aos poucos deixa o país. 

Leon é natural de Narewka, uma cidade pequena e rural no leste europeu. Ainda bastante criança, se muda para Cracóvia, graças ao bom emprego do pai na cidade. A família, principalmente a mãe de Leon, fica triste por ter que deixar para trás os outros parentes, como os avós e tios, mas todos entendem que essa é a melhor atitude a ser tomada, já que, com essa oportunidade, o pai, a mãe e os irmãos poderiam ficar juntos de novo. 

O menino se encanta com a cidade grande e com todas as novas aventuras que poderá viver nela. Ele se acostuma de forma muito fácil à nova rotina e rapidamente faz novos amigos, que não se importam com o fato de Leon ser judeu. 
"Por isso, nem mesmo o mais assustador dos contos de fadas poderia ter me preparado para as monstruosidades com as quais eu me depararia poucos anos mais tarde, para todas as vezes em que eu escaparia à morte por um triz ou para o herói disfarçado de monstro que salvaria a minha vida". - Pág. 17.
Conforme o tempo passa, a narrativa nos mostra como o comportamento dos moradores de Cracóvia vai mudando e como a censura afeta os judeus e limita a vida deles na cidade, principalmente após 1939 (ano em que o exército alemão ocupa a Polônia). De forma gradativa, eles são obrigados a sentar no fundo do ônibus, andar do lado da calçada que não seja ocupada por não-judeus, ficam proibidos de ir a escola, as famílias perdem o emprego e etc. É interessante, e ao mesmo tempo triste, acompanhar, nesses momentos, como Leon se sente em cada situação, porque no início, a família dele tinha tudo e, logo depois, nada. 


É no fim de 1939 que passamos a conhecer a forma como Oskar Schindler ajudava os judeus e os mantinha vivos. Ele começa oferecendo ao pai de Leon, Moshe, um emprego na fábrica de esmaltes dele em troca de uma carta que fazia com que a família, que a essa altura já vivia nos guetos, não fosse levada nos carros de gado para os campos de concentração e, em outras palavras, fosse morta. Além disso, de alguma forma, Schindler acompanha a família ao longo de toda a história e a ajuda. 

Oskar era um alemão nazista e, durante o livro todo, principalmente nos momentos em que ele aparecia, eu não conseguia entender qual era o interesse dele em ajudá-los, porque isso simplesmente não entrava na minha cabeça. Por causa disso, fiquei com muita, muita, vontade de ler A Lista de Schindler para entender melhor como foi o processo de "criação" da lista e de como Oskar ia salvar todos. 

Em diversas partes do livro eu queria simplesmente abraçar Leon e tentar dizer ou fazer algo que o confortasse, porque é extremamente triste ler tudo o que ele passou e ter consciência de que aquilo realmente aconteceu (e até de formas piores, como nos campos de concentração de Auschwitz) e não poder fazer nada para mudar. O que senti foi uma sensação de impotência e incredulidade que é difícil de descrever.
"Nossa família falava sobre o futuro ou fazia planos para o caso de a situação piorar? Na verdade, não. Não conseguíamos pensar dois minutos à frente quando toda a nossa energia estava concentrada em chegar ao dia seguinte. Vivíamos sempre o momento, determinados a chegar ilesos ao fim do dia". - Pág. 103.
Outras partes que também me tocaram foram as que Leon relatava sobre a fome que ele e a família sentiam. Acredito que essa seja uma das piores formas de se atingir o ser humano, porque é algo essencial para vida e que todos sentem igual, então é muito desumano e covarde privar alguém de se alimentar. 

Queria destacar aqui também que, além de obter a ajuda de Schindler para sobreviver, Leon contou muito com a ajuda dele mesmo, porque em diversos momentos se arriscou muito, seja indo ver a família escondido ou falando diretamente com soldados alemães. A força, garra e determinação que ele teve são extremamente admiráveis. 

Eu recomendo muito O Menino da Lista de Schindler para todos aqueles que querem ler e conhecer um pouco mais afundo sobre histórias da 2ª Guerra e do Holocausto. Esse tema me atrai muito e apesar de eu conhecê-lo bastante, sempre me surpreende.


Um beijo e foca na leitura!
Facebook
Blogger

Nenhum comentário