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9 de julho de 2018

Resenha: A Princesa da Lapa, de Danilo Barbosa

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Autor: Danilo Barbosa 
Editora: Universo dos Livros 
304 Páginas 

Sinopse: "Há tempos, entre os postes brilhantes e solitários da Lapa, houve um castelo feito de amores e ilusões perdidas. Nele, entre cortinas e brocados, existiu uma bela mulher, prisioneira de sentimentos perdidos e marcada pelo desejo dos homens. Uma mulher inesquecível, que foi chamada e ovacionada como A Princesa da Lapa."
Jonas é um jovem escritor capaz de escrever as mais belas histórias de amor, mas não de vivenciá-las. Por ter sido abandonado por aquela que considerava a mulher da sua vida, ele não acredita mais em finais felizes. Até que, em uma noite, uma misteriosa senhora o encontra, disposta a lhe contar a sua história... 
A partir do momento em que a fantástica personagem começa a se revelar ao cético criador de histórias, um novo conto de fadas se revela aos olhos dos leitores, mostrando um mundo de paixões vorazes, sensualidade, poderes supremos e a eterna luta do bem contra o mal. Sejam bem-vindos à incrível e instigante história daquela que ficou conhecida para sempre como A Princesa da Lapa. Compre o livro aqui.
Em A Princesa da Lapa, Jonas é um escritor de romances que acabou de levar um fora da namorada. Ele tenta correr atrás dela para entender o motivo de de repente a moça ter desistido dele, mas ela não está nem aí. Ao mesmo tempo, o rapaz está sendo pressionado por seu editor, que deseja que Jonas escreva um novo livro logo. 

Cansado e decidido a esfriar a cabeça, o jovem sai a noite em busca de inspirações, mas está com os pensamentos tão perdidos que se distrai e é atropelado. A dona do carro é Larissa, uma senhora que reconhece o escritor e o leva para casa, porque precisa que alguém conte a história dela. Dada a proposta, Jonas hesita, mas no final, aceita ouvi-la. 

No passado, Larissa era conhecida como R e foi deixada ainda bebê na porta de um bordel do Rio de Janeiro, conhecido como Casa dos Prazeres. No local, era muito bem tratada por Mama Mercedes (que R considerava como mãe) e por todas as prostitutas que faziam dali um local de trabalho. O cabelo loiro, bonito e enorme de R encantava a todas e fazia com que a menina fosse uma inspiração a ser seguida.

Porém, um pouco antes de ter a primeira menstruação, R sofreu um trauma dentro do bordel (que se eu contar aqui será um spoiler) e, com isso, percebeu que todo o carinho que recebia era mentira e apenas um disfarce para tudo o que estava por vir. A partir daquele momento a menina também passou a desacreditar no amor. 

Assim, quando finalmente menstruou, ela mesma se apresentou a Mama Mercedes para saber como seria o trabalho a partir daquele momento. Ali, o cabelo da garota se transformou em vermelho vivo, um ruivo brilhante que encantava a todos os homens e fazia com que a garota fosse extremamente desejada. Ficou decidido então que R seria a garota mais cara da Casa dos Prazeres e teria apenas um cliente por noite. 

Um deles, que R foi conhecer tempos depois de se tornar prostituta, era Lucas, filho de um poderoso Marechal e dono de muito dinheiro. No início, R achou que o garoto seria um simples cliente que logo iria embora, mas o menino era cego e, por isso, não era atingido pelos poderes dos cabelos da mulher. Sendo assim, Lucas passou a ser como um desafio para R e, nessa brincadeira, os dois acabaram se apaixonando, o que se tornou um grande problema para a prostituta, que não deveria se apaixonar. 
"- O maior segredo da Princesa da Lapa, que só as habitantes da Casa dos Prazeres sabem, é que a fonte de tanta paixão e mistério vem dos meus cabelos - eu falei." - Pág. 154.  
A Princesa da Lapa, Danilo Barbosa | Foto: Luiza Lamas
Este foi o meu primeiro contato com Danilo Barbosa, que também escreveu Arma de Vingança pela Universo dos Livros e diversas histórias eróticas. É inegável que o autor tem ótimas referências e muito conhecimento, que faz questão de colocar nas páginas do livro, seja na forma de indicação ou como contexto de uma época ou situação. 

Também gostei bastante de alguns personagens construídos por ele, como o próprio Lucas (que no começo parece ser bem bobo, mas depois se prova ser muito mais inteligente que R) e Kyo, também prostituta e aquela que se torna amiga e protetora de R (Kyo é doce, amigável, sincera e é quem ajuda a menina a se encontrar com Lucas e a mantém longe das garras de Mama Mercedes e o cafetão Brucutu, que bate nas meninas). 

Por outro lado, eu preciso fazer algumas observações sobre a própria R e sobre Jonas, que é quem desencadeia a história principal de A Princesa da Lapa. O drama que ele fez quando percebeu que a namorada não o queria mais foi enoooorme e o primeiro pensamento que ele teve depois de ter levado o fora foi "agora eu preciso sair para pegar várias garotas e provar que sou macho alfa". Na minha cabeça, como leitora, meus pensamentos eram "que cara escroto, quando isso vai passar?".  Já sobre R, a questão é a mesma: o exagero quanto ao fato de que, na opinião dela, o amor não dá certo e é um erro. São parágrafos e parágrafos com argumentos desse tipo e, algumas vezes, fiquei cansada por estar lendo aquilo. 

Acho importante observar que isso que citei no parágrafo acima são características das personagens que não condisseram com o que eu prefiro ou gosto de ler num livro, e não algum problema específico com o autor. 

Isso será abordado aqui, porque, ao longo da leitura, percebi que existem algumas questões chaves na história que Danilo não nos explicou (acho que se eu falasse seria spoiler), o que fez com que o livro tivesse alguns buracos. Quando isso acontece, tenho a impressão de que o autor teve uma boa ideia, mas não capacidade, contexto, pesquisa ou sensibilidade o suficiente para nos explicar porque quis expor aquilo no livro, o que é uma pena e me deixa um pouco incomodada. 

Fora isso, recomendo o livro para quem quer curtir uma história um tanto quanto fora do comum e gosta de passagens calientes que envolvem a trama principal. 


Um beijo e foca na leitura!
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