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31 de dezembro de 2017

Resenha: O Diário de Anne Frank

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Autora: Anne Frank (edição de Otto Frank e Mirjam Pressler)
Editora: Galera Record
349 Páginas

Sinopse: O depoimento da pequena Anne Frank, morta pelos nazistas após passar anos escondida no sótão de uma casa em Amsterdã, ainda hoje emociona leitores no mundo inteiro. Seu diário narra os sentimentos, medos e pequenas alegrais de uma menina judia que, com sua família, lutou em vão para sobreviver ao Holocausto.
Lançado em 1947, O Diário de Anne Frank tornou-se um dos maiores sucessos editoriais de todos os tempos. Um livro tocante e importante que conta às novas gerações os horrores da perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Agora, seis décadas após ter sido escrito, este relato é finalmente publicado na íntegra, com um caderno de fotos e o resgate de trechos que permaneciam inéditos. Uma nova edição que aprofunda e aumenta nossa compreensão da vida e da personalidade dessa menina que se transformou em um dos grandes símbolos da luta contra a opressão e a injustiça. E consagra O Diário de Anne Frank como um dos livros de maior importância do século XX. Uma obra que deve ser lida por todos, para evitar que atrocidades parecidas voltem a acontecer neste mundo.


O Diário de Anne Frank é um relato sobre os dias em que Anne Frank viveu escondida em uma casa de Amsterdã, na Segunda Guerra Mundial. A menina era judia e a família dela passou a ser procurada após receberem uma carta da SS (Schutzstaffel - o exército que protegia Hitler e o Partido Nazista). 

Anne, na época com 13 anos, dividia o local, que ficava atrás de uma estante de livros, com mais sete pessoas: o pai, Otto Frank, a mãe, Edith Frank, a irmã, Margot Frank, o sr. Dussel e também a família Van Daan (composta por três pessoas). 

O Diário começa no dia 12 de junho de 1942, antes de Anne ter que se esconder, e termina em 1 de agosto de 1944. Conforme as descrições são feitas, conseguimos descobrir como é a vida no Anexo Secreto (como o lugar era chamado e ficou conhecido): o que os moradores de lá comem, o que eles fazem, como se organizam para dormir, ir ao banheiro (por exemplo, não se dava descarga tarde da noite, porque fazia barulho e poderia chamar a atenção de alguém) e também, ficamos sabendo de algumas das intrigas e discussões que lá aconteciam. 

No geral as pessoas sabem, e isso não é spoiler, que o Anexo Secreto foi descoberto em 4 de agosto de 1944 e todos os moradores de lá foram mandados para Auschwitz. Um tempo depois, Anne Frank foi transferida com a irmã para Bergen-Belsen (outro campo de concentração) e morreu de tifo - uma doença bacteriana que é transmitida por alimentos e água contaminados. Otto Frank foi o único sobrevivente dos oito que moravam no Anexo Secreto e foi quem editou o diário de Anne para que se tornasse um livro. 
O Diário de Anne Frank, Anne Frank (edição de Otto Frank e Mirjam Pressler) | Foto: Luiza Lamas
Eu tenho que esclarecer que as minhas impressões sobre O Diário foram bastante influenciadas por O Menino da Lista de Schindler, a minha leitura anterior. Os relatos contidos neste livro mostram uma experiência mais dura com a guerra (passar muita, muita, muita fome, viver nos guetos, ser explorado em campos de concentração e etc). Sendo assim, eu esperava encontrar nos diários de Anne uma maior proximidade dela com o Holocausto, o que não aconteceu (o contexto sobre a guerra é bastante espaçado e pequenino) e, por isso, achei o começo bem parado e eu tinha a impressão de que a vida dela estava fácil demais (acho até que isso pode ser egoísmo da minha parte, mas se for feita uma comparação sobre as experiências contadas nos dois livros, Anne teve muita sorte, ainda que por um período curto). 

Quando eu percebi e aceitei que, na verdade, os relatos contam mais sobre os conflitos internos de Anne (vamos relembrar que em 1942 ela tinha apenas 13 anos) e como ela enxergava a vida morando no Anexo, minha experiência com o livro foi muito melhor. 

Alguns aspectos abordados no diário são o fato de a menina se sentir muito sozinha e ser muito mimada e ninguém dar bola para o que ela pensa. Além disso, também conseguimos perceber o amor enorme que sente pelo pai e o desprezo destinado à mãe (à essas duas últimas partes eu faço muita ressalva, porque o diário de Anne foi editado pelo pai e em alguns momentos ela relata que quer tentar melhorar a relação com a mãe).

Se vocês querem mais um adento, no prefácio da minha edição do livro fica claro que a primeira edição do diário de Anne é The Diary of Anne Frank: The Critical Edition, também conhecida como versão a, sem cortes. Ela possui 719 páginas.  Também há um segundo diário, baseado nesse, mas cortado em muitas partes, conhecido como versão b.  A versão que eu li foi lançada em 2011 e é uma mistura das versões a e b. Ela possui  349 páginas. Vocês não acham que há muito sobre Anne e a família dela que não sabemos? Muito do que ela passou que não é revelado? O que pensam sobre isso? 

Conforme o tempo passa, Anne desenvolve uma paixão, em alguns aspectos até inocente, com o filho dos van Daan, Peter. Eu o achei uma pessoa maravilhosa e foi ele que, às vezes, fez com que eu não parasse de ler. 

A sensação que tive quando li a última passagem do diário foi que algo havia sido rompido, porque, literalmente, e tragicamente, não há um final. Quando li O Menino da Lista de Schindler, eu sabia que o protagonista estava contando a história depois que a guerra havia acabado, então ele havia sobrevivido. Anne não. A última escrita dela não parecia de jeito nenhum uma despedida, tinha até fios de esperança. Foram sensações diferentes que acabaram comigo de formas diferentes, mas as duas deixaram um sentimento de indignação muito grandes. 

Vocês já leram O Diário de Anne Frank? O que acham do livro? Contem para mim nos comentários, vamos conversar :)

Um beijo e foca na leitura!
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